Araxa e sua História
O topônimo "Araxá" significa terreno elevado e plano, planalto, chapadão, região mais elevada do que qualquer sistema orográfico e "Araxás: Indígenas que viviam no tabuleiro elevado do extremo oeste de Minas Gerais". A primeira referência aos índios Araxás, que habitavam as terras entre o Rio das Velhas (Araguari) e o Rio Quebra Anzol, foi feita pela expedição de Lourenço Castanho Taques, no século XVI. A presença dos índios e a proximidade do Quilombo do Ambrósio constituíram obstáculo à ocupação das terras da região.
Em 1759, Bartolomeu Bueno do Prado, comandando uma expedição, conseguiu destruir a famosa aldeia de escravos fugitivos. Sete anos depois, Inácio Correia Pamplona exterminou a tribo de índios Araxás. [6]
Os primeiros povoados da região foram para o Desemboque, distrito de Sacramento,[7] atraídos pela exploração do ouro. Posteriormente, com a decadência da mineração, esses moradores dedicaram-se à criação de gado. Entre 1770 e 1780, Araxá recebeu seus primeiros moradores, e surgiram as primeiras fazendas da região.
Descoberta a fertilidade da terra e o sal mineral nas águas do Barreiro, o povoamento de Araxá se intensificou. Em 1791, foi criada a Freguesia de São Domingos do Araxá e nomeado o primeiro vigário.
Em 1795, teve a construção da primeira Igreja Matriz de São Domingos por Alexandre Gondin, que teve suas obras concluídas em 1800. A edificação da Igreja de São Sebastião, por José Pereira Bom Jardim, ocorreu em 1820. A Capitania de São Paulo e Minas do Ouro foi criada em 1709 e desmembrada em 1729, com a delimitação da Capitania de Minas Gerais. Na segunda metade do século XVIII, a região do Triângulo Mineiro foi anexada à Goiás, atendendo a um movimento dos moradores do Desemboque.
A Freguesia de São Domingos é elevada a Julgado de São Domingos de Araxá, em 20 de dezembro de 1811, desmembrando-se do Julgado do Desemboque. A partir de janeiro de 1812, começou a exercer jurisdição civil e criminal, possuindo seu Juiz Ordinário. Em 1816, graças ao movimento dos moradores do Julgado de Araxá, o Sertão da Farinha Podre (Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba), anexado desde 1766 à Capitania de Goiás, retornou à Jurisdição de Minas Gerais. Ana Jacinta de São José - o mito Dona Beja - viveu e tem seu nome vinculado aos principais acontecimentos de Araxá no período da primeira metade do século XIX. Em 4 de abril de 1831, o julgado é elevado à vila. E em 19 de dezembro de 1865, a Lei Provincial nº 1259 eleva a Vila de São Domingos de Araxá à categoria de cidade. Em 1915 foi criada a Prefeitura.
Influência indígena
Cartazes turísticos em Araxá sempre dão extrema importância às influências índigenas na cidade.
O nome Araxá é um nome indígena que significa "Um lugar onde primeiro se avista o sol". Araxá atribuía nome à tribo que aqui vivia e também à cidade. O Arraial de São Domingos de Araxá, quando foi formado, fazia parte da antiga Capitania de Goiás, embora este território onde se encontre tenha se figurado anteriormente no mapa de Minas Gerais.
"Aos 25 dias do mês de agosto de 1785, nesta paragem dos Sertoins dos Arachás, debaixo da serra do mesmo nome, fincamos uma pedra em sentido perpendicular com 4 testemunhas para os 4 pontos cardeais. Daí partimos em direção ao oeste, medindo 2722 cordas de 2 braças cada uma, onde fincamos o 2º marco; daí seguimos em direção ao norte onde fincamos o 3º marco defronte a Fazenda do Campo Aberto; daí seguimos em direção ao nascente, na Fazenda Pão de Açúcar onde fincamos o 4º marco, e deste 4º marco em linha reta até o marco peão na Boca da Mata". (Termo de Demarcação da Sesmaria do Barreiro).[7] Araxá é um município brasileiro do estado de Minas Gerais (região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba).
Araxá tem na sua formação geológica riquezas minerais como as águas sulfurosas e radioativas, o nióbio e a apatita. Na Bacia do Barreiro, viveram mamíferos pré-históricos há milhares de anos.
Da sua origem indígena a cidade herdou, sobretudo, o próprio nome Araxá que, na língua tupi-guarani, tem o significado - por extensão - de um lugar alto onde primeiro se avista o sol. Nessa região, formou-se um dos maiores quilombos de Minas Gerais, o Quilombo do Ambrósio. O colonizador aqui foi atraído pelo sal natural das águas do Barreiro. A prática da pecuária foi o motivo básico dessa ocupação, seguida por atividades paralelas como o comércio dos tropeiros e mercadores e a agricultura. Como todo esse legado cultural Araxá é, ainda, uma cidade turística e o valor das suas águas e da lama termal a fez tornar-se uma estância hidromineral.
Enquanto cidade histórica, Araxá possui águas e lama medicinais, famosa pelos banhos terapêuticos. Alta e fria, florida e burguesa, serviu nos anos 1980 de cenário para a novela da Rede Manchete "Dona Beja", personagem-mito da cidade, interpretada por Maitê Proença, baseada no romance de Agripa Vasconcelos.
Têm no Hotel do Barreiro e no "Cristo redentor" seus pontos turísticos mais conhecidos e apreciados. Sem contar nos seus produtos artesanais, como tapetes de tear, delicados bordados, sabonetes e cremes com a lama negra, doces e as quitandas.
Obra O Garimpeiro, do pintor e escultor Calmon Barreto e hoje situada em praça pública de Araxá.
Geografia
Constituído de terras planas e colinas, a altitude máxima é de 1.359 metros e a mínima de 910 metros. O relevo do município mostra variações entre situações geológicas típicas do cerrado e de serras. Sua vegetação intercala campos de pastagens com pequenas matas naturais, compondo paisagens deslumbrantes.
Relevo
- Altitude máxima 1.359 metros (Serra da Bocaina)
- Altitude mínima 910 metros (Rio Capivara)
- Cidade 973 metros (Igreja Matriz de São Domingos)
O relevo é composto de 15% plano, 60% ondulado e 25% montanhoso.
Localização
A localização geográfica de Araxá é estratégica. Traçando-se um raio de 600 km, partindo de Araxá, está a região de maior concentração populacional do país, com 73% do PIB Nacional e um público potencial de 43 milhões de pessoas. A Estância Hidromineral de Araxá, no Sudoeste Mineiro, na Zona Geográfica do Alto Paranaíba, é propícia ao desenvolvimento dos diferentes ramos da atividade turística, devido a fatores históricos, geográficos e econômicos que definem o imenso potencial dessa região.
- Área do município: 1.165 km²
- Área do perímetro urbano: 345 km²
População
Na década de 1950 teve início a mineração no município, com a instalação da Companhia Mineradora de Minas Gerais (COMIG), a Companhia Agrícola de Minas Gerais (CAMIG) e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM). A ação dessas empresas deu sustentação econômica ao município, fazendo surgir novas indústrias, o que gerou fluxo migratório para o município. Tal situação foi reforçada a partir de 1971, com a instalação da ARAFÉRTIL, hoje Vale Fosfatados. A população estimada em 2006 era de 86 mil habitantes, sendo 99% em área urbanizada, com energia elétrica, água tratada e saneamento básico.
Evolução populacional
fonte IBGE 2008 |
Fonte: www.ibge.gov.br* Dados de projeção
Administração
Seu prefeito é Dr. Jeová Moreira da Costa (PDT), mandato de 2009 a 2012.
Economia
A mineração é a maior fonte geradora da economia de Araxá. A Vale Fosfatados, produzindo minérios fosfatados, ao lado do nióbio que é explorado pela empresa CBMM, geram grande parte da economia de Araxá. Tem-se também grande contribuição do turismo, que possibilita em Araxá a exploração de suas águas medicinais, fabricação de sabonetes e cremes para a pele e possui um dos mais ricos artesanatos da região.
Setores econômicos de Araxá/Nº de pessoas envolvidas
- Agropecuário, extração vegetal, mineral e pesca/9.848
- Industrial/11.923
- Comércio de Mercadorias/9.379
- Serviços/25.345
Infraestrutura
Transportes
Sistema rodoviário
As vias de acesso terrestre são adequadas, e as rodovias existentes permitem ligações a cidades do país que se inserem em regiões de franco crescimento econômico.
Distância aos principais centros (km):
- Belo Horizonte: 367
- Rio de Janeiro: 790
- São Paulo: 567
- Goiânia: 510
- Cuiabá: 1200
- Brasília: 649
- Vitória: 907
- Franca: 180
- Uberlândia: 168
- Uberaba: 112
Principais rodovias que servem de acesso a Belo Horizonte: BR-262
Sistema aeroportuário
Grande Hotel de Araxá
Com um dos melhores aeroportos do interior de Minas Gerais, o Aeroporto Romeu Zema, a Trip Linhas Aéreas tem voos para as cidade de Uberaba, Uberlândia, Belo Horizonte e São Paulo com conexões para diversas cidades brasileiras.
Educação
Abriga a universidade Uniaraxá - Centro Universitário do Planalto de Araxá, entidade filantrópica mantida pela Fundação Cultural de Araxá, Centro Federal de Educação Tecnologica (CEFET, Mantido pelo Ministério da Educação)e escolas de renome, como os Colégios Atena, São Domingos, Monteiro Lobato e Dom Bosco, sendo o Colégio Atena reconhecido pela sua alta aprovação nas melhores universidades brasileiras
Saúde
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Médicos por habitante
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Fonte: www.araxa.org.br
Leitos por habitante
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Mortalidade infantil por mil habitantes
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Turismo
Araxá fortaleceu-se como Pólo Turístico na década de 1940, com a inauguração do Complexo Termal - Grande Hotel e Balneário - Ocorrida em abril de 1944.
Pontos turísticos
Termas de Araxá
Fonte Andrade Júnior
Vídeo de decolagens no Horizonte Perdido, local de voos de parapente dentro de Araxá.
- Grande Hotel de Araxá
- Termas de Araxá
- Fonte Andrade Junior
- Horizonte Perdido
- Árvores dos Enforcados
- Parque do Cristo
- Museu Dona Beja
- Museu Calmon Barreto
- Museu Sacro de São Sebastião
- Fundação Cultural Calmon Barreto
Clima
Araxá integra o Circuito das Águas de Minas Gerais, reconhecido pelas propriedades terapêuticas diversificadas de suas águas medicinais e pelo clima agradável o ano todo. A região urbana com 973 metros de altitude apresenta um clima com temperatura média anual de 21,4 °C e índice médio pluviométrico anual: 1574,7 mm
Temperaturas
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Hidrografia
O município está localizado entre duas grandes Bacias Hidrográficas: Bacia do Rio Grande e Bacia do Rio Paranaíba. Todas possuem grande potencial hidrelétrico. O município possui uma área de proteção especial para fins de preservação de seus mananciais.
- Principais rios: Rio Tamanduá, Rio Capivara afluentes Rio Paranaíba
Ver também
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- Araxás, tribo que existia no município.
- Uniaraxá, Universidade de Araxá
- Quilombo do Ambrósio
- Quilombo do Campo Grande
- Bartolomeu Bueno do Prado
- Serra da Boa Esperança
Referências
- ↑ a b Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
- ↑ IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 5 dez. 2010.
- ↑ Estimativas para 1º de julho de 2011. Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (31 de agosto de 2011). Página visitada em 31 de agosto de 2011.
- ↑ Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
- ↑ a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 11 dez. 2010.
- ↑ Bartolomeu Bueno do Prado, em 1759, encontrou o Quilombo do Ambrósio despovoado, mas com os paióis cheios. Deixou guardas no local e acabou prendendo negros que vieram buscar mantimentos. Depois mandou incendiar tudo. Estes foram os restos encontrados por Inácio Correia Pamplona em 1769 (e não em 1765 como se propaga). Por perto do Quilombo, só havia os índios-soldados do Pai Pirá (Antonio Pires de Campos)na Aldeia do Rio das Velhas, hoje, Indianópolis. Não consta das biografias de Lourenço Castanho Taques e de seus filhos qualquer referência a índios Araxás. Inácio Correia Pamplona nunca atacou os índios Araxás. Aliás, não há prova de que tenha atacado a quaisquer índios na região. Pamplona, segundo provas documentais da época, foi um grande mentiroso que contratava escrivães para documentar suas improvadas façanhas. Os índios Araxás, segundo documentos inéditos, foram massacrados e devorados pelos índios Caiapós entre o final de 1749 e 1750, ou seja, dez anos antes da destruição dos paióis do Quilombo do Ambrósio. In Quilombo do Campo Grande - História de Minas que se Devolve ao Povo, de Tarcísio José Martins, sócio correspondente de IHGMG, Editora Santa Clara, Contagem-MG, agosto de 2008.
- ↑ a b Esse Desemboque de Sacramento se chamava Povoação das Abelhas ou Povoação do Rio das Velhas. Somente no século XIX passa a se chamar Desemboque. O verdadeiro Desemboque fica à margem esquerda do rio Grande, a noroeste de Ibiaraci-MG.In Quilombo do Campo Grande - História de Minas que se Devolve ao Povo, de Tarcísio José Martins, sócio correspondente de IHGMG, Editora Santa Clara, Contagem-MG, agosto de 2008
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